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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Uma investigação sobre os Princípios da Moral

 

 

OBRA EM FICHAMENTO

HUME, David. Uma investigação sobre os Princípios da Moral. Trad. José Oscar Almeida Marques. Campinas. Universidade Estadual de Campinas. São Paulo 1995 – Livro I, parte I, II e III.

ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO

O ser humano - a mente humana

DESTAQUES CONFORME O REFERENTE

Dos princípios gerais da moral

4.1 “Aqueles que têm negado a realidade das distinções morais pode ser classificado entre os contendores insinceros, pois não é concebível que alguma criatura humana possa seriamente acreditar que todos os caracteres e ações sejam igualmente dignos da estima e consideração de todas as pessoas.” (p. 19-20)

4.2 “... a moral deriva sua existência do gosto e do sentimento.” (p. 21)

4. 3 “Distinções morais pode-se dizer, são discerníveis pela pura razão; se assim não fosse, de onde procederiam as muitas disputas que imperam tanto na vida cotidiana como na filosofia, as longas concatenações de provas freqüentemente produzidas em favor de cada um dos lados, os exemplos que se citam, as autoridades às quais se faz apelo, as analogia empregadas, as falácias detectadas, as inferências extraídas e as varias conclusões adaptadas aos respectivos princípios?” (p. 21)

4.4 “Ninguém raciocina sobre a beleza de outra pessoa, mas faz freqüentemente sobre a justiça ou injustiça de suas ações.” (p. 22)

4.5 “Por outro lado, aqueles que querem remeter todas as decisões morais ao sentimento esforça-se para mostrar que è impossível que a razão chegue alguma vez a extrair conclusões dessa natureza. O que é próprio da virtude,eles dizem,é ser estimável,e do vicio,odioso. (p. 22)

4.6 “A finalidade de toda especulação moral é ensinar-nos nosso dever, e, pelas adequadas representações da deformidade do vicio e beleza da virtude, engendrar os hábitos correspondentes e fazer-nos evitar o primeiro e abraçar a segunda.” (p. 22-23)

4.7 “ ...e que razão e sentimento confluem em quase todas as decisões e conclusões morais.” (p. 23)

4.8 “Há boas razões para concluir que a beleza moral faz parte em boa medida deste último tipo, e exige a assistência de nossas faculdades intelectuais para adquirir uma influência própria sobre a mente humana.” (p. 24)

Da benevolência

4.9 “Devem-se de fato reconhecer que é apenas pela praticas do bem que um homem pode verdadeiramente gozar das vantagens de ser eminente.” (p. 29)

4.10 “...a felicidade e satisfação que a sociedade obtém de suas ações e bons ofícios.” (p. 30)

4.11 “Seus filhos nunca sentem o peso de sua autoridade, a não ser quando empregada em beneficio deles próprios.” (p.30)

4.12 “O ato de dar esmolas a pedintes vulgares é compreensivelmente elogiado, pois parece trazer alivio aos aflitos e indigente; mas quando se observa o encorajamento que essa pratica da à ociosidade e à devassidão, passamos a considerar que essa espécie de caridade è antes uma fraqueza do que uma virtude.” (p. 33)

4.13 “O luxo, ou requinte nos prazeres e confortos da vida, foi durante muito tempo tomado como a origem de toda a corrupção no governo, e como a causa imediata de discórdia, rebelião, guerra civis e perda total de liberdade.” (p. 33-34)

4.14 “Se levarmos tudo isto em conta, parece inegável que nada pode conferir mais mérito a qualquer criatura humana do que um supremo sentimento de benevolência, e que parte, ao menos, desse mérito provem de sua tendência a promover os interesses de nossa espécie e trazer felicidade à sociedade humana.” (p. 34)

Da justiça

4.15 “... a afirmação de que a utilidade publica è a única origem da justiça e que as reflexões sobre as conseqüências benéficas dessa virtude são a única fundação de seu mérito, sendo uma proposta mais inusitada e significativa, è mais merecedora de nosso exame e investigação.” (p. 35)

4.16 “Por que dizer que este objeto é meu quando, caso alguém dele se apodere, basta-me esticar a mão para apropriar-me de outro de valor igual? A justiça, nessa situação, sendo completamente inútil, não passaria de um vão cerimonial e não poderia jamais obter um lugar no catálogo das virtudes.” (p. 36)

4.17 “É certo, portanto, que esta virtude deriva sua existência inteiramente de seu indispensável uso para o relacionamento humano e a vida em sociedade.” (p. 39)

4.18 “Portanto, as regras da equidade e da justiça dependem inteiramente do estado e situação particulares em que o homem se encontra, e devem sua origem e existência à utilidade que proporcionam ao publico pela sua observância escrita e regular.” (p. 41-42)

4.19 “Somos naturalmente parciais para conosco mesmo e nossos amigos, mas somos capazes de compreender a vantagem resultante de uma conduta mais equânime.” (p. 42)

4.20 “Os seres humanos nascem necessariamente em uma sociedade familiar, pelo menos, e são instruídos pelos seus pais em alguma regra de conduta e comportamento. Mas deve-se admitir que, se esse estado de guerra e violência mutuas foi alguma vez real, a suspensão de todas as regras de justiças, dada a absoluta inutilidade delas, terá sido uma conseqüência necessária e inevitável.” (p. 44-45)

4.21 “Quando a mútua consideração e tolerância não servem a qualquer propósito, jamais poderão dirigir a conduta de qualquer pessoa razoável.” (p. 47)

4.22 “...o bem da humanidade é o único objetivo de todas estas leis e regulamentações. Não apenas se querer,para a paz e o interesse da sociedade,que as posses das pessoas sejam separadas,mas as regras que seguimos ao fazer essa separação são as melhores que poderiam ser inventadas para mais adequadamente servir aos interesses da sociedade.” (p. 48)

4.23 “Também se deve admitir que sempre que nos afastamos dessa igualdade privamos o pobre de mais satisfação do que acrescentamos à do rico, e que a mínima gratificação de um frívolo capricho de um individuo custa freqüentemente mais do que o pão de muitas famílias, e ate de muitas províncias.” (p. 50)

4.24 “Mas os historiadores e mesmo o senso comum podem nos informar que, por mais plausíveis que pareçam estas idéias de uma perfeita igualdade, elas são no fundo realmente impraticáveis, e, se não o, fossem, seriam extremamente perniciosas para a sociedade humana. Por mais iguais que se façam as posses, os diferentes graus de habilidade,atenção e diligencia dos homens irão imediatamente romper essa igualdade.E caso se refreiem essas virtudes,a sociedade se rebaixa à mais extrema indigência e,em vez de impedir a miséria e mendicância de uns poucos, torna-se inevitáveis para toda a comunidade.” (p. 50-51)

4.25 “... devemos rejeitar aparências que podem ser falsas embora plausíveis, e devemos procurar aquelas regras que sejam, no seu todo o mais útil e benéfica.” (p. 51)

4.26 “... desde que os homens não se entreguem a uma avidez demasiado egoísta ou a um fanatismo excessivo.” (p. 51)

4.27 “... o ponto derradeiro, no qual todas elas confessadamente terminam è o interesse e felicidade da sociedade humana.” (p. 55)

4.28 “O dilema parece óbvio: como a justiça tende evidentemente a promover a utilidade publica e dar suporte à sociedade civil, o sentimento de justiça è ou derivado de nossa reflexão sobre essa tendência, ou surge - como a fome, a sede e outros apetites; o ressentimento, amor à vida, apego pelos descendentes e outras paixões - de um instinto simples e primordial localizado no coração humano, implantado pela natureza para os mesmos salutares propósitos.” (p. 60)

4.29 “As leis positivas podem certamente transferir a propriedade. Será então que é por meio de um outro instituto originário que chegamos a reconhecer a autoridade de monarcas e senadores, e a delimitar todas as fronteiras de sua jurisdição?” (p. 61)

4.30 “... quando fazemos com freqüência alguma coisa por um certo motivo, temos igualmente a tendência de continuar a fazê-la mecanicamente, sem evocar em cada ocasião as reflexões que pela primeira vez nos fizeram agir desse modo. A vantagem, ou antes a necessidade, que leva à justiça, é tão pronunciado às mesmas regras, que o hábito toma o assento em todas as sociedades e é só com algum esforço investigativo que somos capazes de descobrir sua verdadeira origem. (p. 62)

4.31 “A necessidade da justiça para subsistência da sociedade è o único fundamento dessa virtude, e como nenhuma qualidade moral é mais valorizada do que ela, podemos concluir que esta característica de utilidade è, de modo geral, a mais enérgica, e a que tem um controle mais completo sobre nossos sentimentos.” (p.63)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reflexão imposta pela obra consiste na investigação acerca das ações do homem. Muitos daqueles chamados atos de bondade são na verdade tentativas de alívio para a consciência daquele que os pratica.

Contudo, o bom caráter, aquele que pode ser considerado como virtuoso reveste-se de bondade, humildade e generosidade, e faz suas qualidades transparecerem frente os outros seres.

Segundo o autor, nossa parcialidade frente às questões da humanidade impedem o nosso crescimento, pois estamos sempre no meio-termo, mesmo compreendendo as vantagens de um comportamento mais moderado e justo.

Aduz o autor que devemos rejeitar as aparências, e buscar as regras que se revelem úteis e benéficas à toda a sociedade, em que pese a própria história mostrar que a igualdade é impraticável, em face das diferenças de habilidade e diligencia do ser humano. Ainda eu tudo fosse dividido de forma idêntica, com o passar do tempo surgiriam as desigualdades, como resultado das dissimilitudes registradas entre nós.

Estudar e investigar os princípios da moral revela-se de grande importância, eis que nos remete à discussão acerca da utilidade de cada ação frente a humanidade.

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