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domingo, 5 de janeiro de 2014

Livro: O Futuro da Humanidade – (Augusto Cury)

 
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Este romance conta-nos a trajetória do jovem Marco Polo que ao entrar para a Faculdade de Medicina se depara com uma realidade dura e fria: a falta de sensibilidade dos professores, que não percebem que por detrás dos sintomas dos seus pacientes existem complexas histórias constituídas de lágrimas, perdas e deceções! 

Foi na primeira aula de anatomia que os alunos se depararam com a “imagem grotesca da morte”. Marco Polo decidiu questionar o professor George, de qual eram os nomes dos corpos que iam dissecar, ao que o professor respondeu: “Olha rapaz, aqui só há corpos sem vida, sem história, sem nada”. Ele inconformado com a situação, foi atrás dos papéis que registavam a entrada dos cadáveres, com a assistente social, mas só descobriu o nome de um, o Poeta da Vida, que segundo esta “um mendigo maltrapilho, apelidado de Falcão, que frequenta a praça central da cidade, identificou o corpo. Ele não conseguia expressar-se. Tudo indica que seja portador de uma grave e incapacitante doença mental. Por isso, não deu detalhes do morto, apenas disse que era seu amigo e chamava-se Poeta da Vida.” Marco Polo ficou curioso e perguntou onde encontrar Falcão, á assistente social e psicóloga, mas não obteve a resposta que desejava, por isso foi procurar na praça central durante dias, mas sem efeito, passado um mês encontrou Falcão, ao falar com ele, ficou “paralisado” com a sua inteligência, afinal de contas tinha subestimado a inteligência do mendigo. 

Marco Polo vestiu-se como mendigo e foi ao encontro de Falcão, as ideias dele o inspiraram- no a desejar um dia especializar-se em psiquiatria. 

Assim o “filósofo das ruas estava se tornando mestre de um jovem da elite social. O jovem admirou o mendigo e o mendigo se encantou com o jovem. Começaram a ser amigos. Ambos viviam em mundos distintos, mas foram aproximados pela linguagem universal da sensibilidade e da arte de pensar.” 

Falcão recuperara a sua alegria inata ao conviver com o jovem sonhador, este também começou a ver o mundo por outros ângulos que jamais vira. Começou a entender como era viver com a doença mental, que é um mundo complexo com necessidades intrincadas. Compreendeu que os génios e os psicóticos sempre estiveram próximos, sempre foram incompreendidos. 

Falcão revelou a identidade de um dos corpos mutilados nas aulas de anatomia, o ilustre cientista médico que num acidente havia perdido toda a família e a partir daí tinha deixado a sua carreira e se tornado um mendigo que terminou morrendo no anonimato. A revelação caiu como uma bomba na faculdade quando o professor percebe a semelhança dos traços do corpo inerte com o antigo fundador daquela universidade. 

Os laços entre Marco Polo e Falcão estreitavam-se cada vez mais, este queria tirar-lhe da rua. 

Certa vez, Marco Polo questionou-o: “Você correu grandes riscos para resgatar sua identidade e reconstruir sua sanidade. E me ensinou a correr riscos para explorar a mente humana e lutar pelos meus sonhos. Que tal correr os riscos de entrar no sistema social e reavaliar o seu passado?” Ao que ele decidiu correr esse risco para reencontrar seu filho Lucas e Marco Polo levou-o à cidade, onde Falcão encontrou um grande amigo, Toni, que trabalhava na cantina onde Falcão ia com o filho, este disse-lhe que o filho tornara-se um grande homem. Foram até à universidade, onde descobriram que este havia ido longe, era doutor em sociologia e pró-reitor da universidade, tinha apenas trinta e dois anos. Lucas estava a dar uma conferência, Falcão ficou espantado ao ver seu filho discursar com segurança, parecia surreal passados tantos anos estar de novo diante dele. Foram para casa dele, Lucas já tinha uma filha de dois anos, no dia seguinte Falcão reencontrou a ex-mulher, estes se desculparam. 

Falcão retornou às suas atividades profissionais, e Marco Polo à sua cidade. 

Marco Polo teve um pensamento que mudaria sua vida “Gastarei minha vida explorando o mais complexo e deslumbrante dos mundos: a mente humana. Serei um garimpeiro que procura ouro nos escombros das pessoas que sofrem." 

Ao longo dos anos, teria um pensamento diferente do pensamento corrente na ciência, não encararia as psicoses, as depressões e os demais transtornos psíquicos como atributo dos fracos, mas da complexidade da personalidade humana. 

O contato estreito com Falcão fez Marco Polo se tornar um estudante de medicina mais questionador e crítico do que antes. 

Marco Polo se correspondia frequentemente com Falcão, e pelo menos uma vez a cada semestre eles se visitavam. Quando se encontravam, ainda faziam peripécias. Suas atitudes inusitadas de abraçar árvores, contemplar prolongadamente a natureza, fazer poesias de improviso e declamá-las continuavam a atrair todos ao redor. 

Após a formatura, ingressou num curso de especialização em psiquiatria, num grande hospital psiquiátrico, chamado Atlântico. 

Marco Polo se entristecia ao constatar que a sociedade insistia em separar os normais dos anormais. O problema consistia em saber quem era menos doente, se os de fora ou os de dentro. 

No começo da sua especialização, ele se perguntava frequentemente: "O que estou fazendo aqui?" Era um mundo completamente distinto da sociedade em que crescera. 

Marco Polo tentou mudar a abordagem clássica da psiquiatria e os paradigmas da medicina, enfrentando uma grande batalha contra professores e médicos de renome internacional. Ele desafiou profissionais de renome para provar que os pacientes com problemas psiquiátricos merecem mais atenção, respeito e dedicação, e menos remédios. 

Marco Polo esteve perto a ser expulso da instituição. Mas não seria infiel à sua consciência. 

O hospital estava mais alegre, as pessoas se comunicavam mais, alguns enfermeiros tornaram-se mais afetivos e alguns psiquiatras mais bem-humorados. 

Após a reunião para sua expulsão, Marco Polo ficou mais contido, mas não menos arrojado. 

A psiquiatria e a psicologia deram um salto qualitativo, e os pacientes começaram a amar o hospital psiquiátrico. 

Marco Polo terminou sua especialização em psiquiatria. De vez em quando, visitava seus amigos no Hospital Atlântico. Ao mesmo tempo que se destacava como profissional, escrevia suas ideias sobre o mundo intangível da mente humana. 

Num debate que Marco Polo participou, com o tema "Depressão, a doença do século", conheceu Anna, aluna de psicologia, que se tornou a sua grande paixão, uma milionária, em conflito consigo mesma, que ao seu lado encontrou a razão de viver e mesmo contra a opinião do pai Lúcio Fernández, ficaram juntos, vivendo um amor imbuído de respeito um pelo outro e pela vida.
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