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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Livro: A Ilha sob o mar (Isabel Alende)


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O livro da chilena Isabel Allende, A Ilha sob o Mar, retrata a região hoje conhecida como a nação pobre e miserável do Haiti. A trama tem início em 1770, na então ilha Saint-Domingue, colonizada pela França. Nesta época, graças ao açúcar, considerado o ouro doce, ela se transformou na colônia mais próspera de todo o Planeta.

Mas esta riqueza tinha um preço, pago pelos escravos que provinham das mais variadas regiões do continente africano; a eles cabia decepar a cana, moê-la e convertê-la no precioso melado que garantia a fortuna dos brancos. Era um trabalho ingrato, o qual, segundo a opinião dos proprietários, exigia o esforço de animais, não de humanos.

A protagonista desta história é a escrava Zarité, adquirida quando ainda tinha nove anos pelo francês Toulouse Valmorain, que, aos vinte anos, se vê subitamente à frente de um negócio que nunca desejou, pois aspirava se devotar ao universo literário em sua terra natal. Convocado pelo pai enfermo a assumir suas terras, ele se encontra frente a um desafio que não sabe como enfrentar.

Para tanto, Toulouse contrata o capataz Prosper Cambray, que inflige terríveis suplícios aos negros. O francês conhece apenas o progresso material e as delícias de sua posição econômico-social. Ele leva para a cama a mulata Violette Boisier e, como todo bom proprietário europeu, contrai matrimônio com a espanhola Eugenia García del Solar, que compartilha com ele a cultura e a mesma classe social. Aos poucos Valmorain se torna um típico senhor de escravos.

Zarité, reservada para as tarefas domésticas, não passa pela senzala nem conhece os sofrimentos enfrentados pelos outros escravos. Apesar de não ter pais, ela conquista a proteção paternal do antigo negro Zacharie, que lhe transmite o dom da liberdade através da dança.

Com Tante Rose, a curadora das plantas, ela conquista o dom de atenuar as dores e sofrimentos dos companheiros, levando-lhes, quando possível, a graça da cura. Ela lega estes conhecimentos ao doutor Parmentier, o qual desejava, acima de tudo, desvendar os mistérios da vegetação local. No sexo Zarité se inicia com seu proprietário francês, embora o amor verdadeiro ela reserve para Gambo, o sedutor guerreiro que conquista seu coração.

Além de tudo, a escrava Zarité receberá a oportunidade de deixar a ilha, após o declínio da cana, e percorrer, a partir de então, um novo caminho em sua existência. Sua estrela brilha sem cessar, coroando-a de sucessos e alegrias, oferecendo-lhe a chance de conhecer a genuína liberdade.

Isabel Allende revela que, neste livro, a sexualidade está mais presente do que nunca, embora ela admita estar esperando a partida de sua mãe para criar obras mais sensuais e com alta dosagem erótica. A chilena afirma que sua vida e, naturalmente, a obra que produziu, foi marcada e definida pelo golpe militar que abalou o Chile a partir de 1973.
 
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