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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

CINEMA: Quando os anjos falam



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Sinopse: 

Baseado no livro de Grace Duffie Boylan, Quando os Anjos Falamé um filme resgate que emociona pela simplicidade. O principal ponto é a crença ou não do que há depois da morte, mas o desenvolvimento é mesmo de uma bela amizade entre duas pessoas tão improváveis. O garoto James Neubauer (Trevor Morgan), é atormentado pela lembrança de um acidente de carro, que provocou a morte da sua mãe, alguns anos antes. O seu pai, Nathan (Ray Liotta), lhe dá pouca atenção e James nutre um profundo ódio, sem motivo, pela sua madrasta, Mary (Catherine McCormack). James se sente cada vez mais só e não tem muito prazer em passar as férias de verão na casa da família, principalmente por não ter a companhia de alguém da sua idade. desta forma, passa o seu tempo explorando as praias próximas, e numa destas excursões, ele chega na casa da idosa e reclusa Maddy Bennett (Vanessa Redgrave), que tinha fama de ser excêntrica. A presença de Maddy com espingarda em punho assusta-o e ele acaba quebrando a cerca da casa dela. Em seguida, Maddy vai procurá-lo e James se compromete em consertar sua cerca. Enquanto concerta a cerca, ele e Maddy criam uma profunda amizade, e quando a família de James descobre sua ligação com Maddy, eles erradamente a culpam de inventar histórias, que prejudicam James, e o proíbem de ter contato com ela. Mal sabem que esta atitude acaba por afetar toda a família.

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A maioria dos filmes com temática espiritualista utiliza de efeitos especiais e de roteiros recheados de sustos e de suspense para prender a atenção do espectador. Na contramão desta tendência, "Quando os Anjos Falam" não possui grande recursos visuais, seu grande instrumento para prender o público é exatamente o roteiro muito bem desenvolvido e um elenco competente. 

O cerne principal do filme é o encontro entre Maddy (Redgrave), uma senhora que mora só e cujo filho morreu na guerra, e James, um garoto que não consegue superar a morte da mãe e que tem problemas de relacionamento com sua madrasta. A partir deste encontro os dois constroem uma sólida amizade que trará para ambos grandes lições... 

No jogo do código morse através das luzes da lanterna e do aparelho no quarto da casa é um plus interessante para a estética do filme. É bonito, poético e visualmente eficiente. Não é preciso efeitos especiais, aparições mediúnicas contestáveis ou não, ou mesmo sustos e desesperos. É a velha história do "e se". E se existir vida após a morte. E se a gente conseguir se comunicar com os nossos familiares. A esperança é que move aqueles dois personagens e eles se entendem de uma maneira incrivelmente bela. 

Assim, através da mediunidade de Maddy, que recebe mensagens de seu filho, James vai adquirindo a certeza que a morte não existe, que é apenas uma passagem e que a vida espiritual é plena, e que sua mãe está viva. Essa certeza vai sendo construida ao longo do filme até que no emocionante final a comprovação definitiva vem. 

“A alma sai do corpo como um aluno deixa a escola: de repente e com alegria". Se essa mensagem foi enviada pelo filho de Maddy ou não, pouco importa. É o significado dela que é a chave naquela trama. Essa compreensão de que estamos nesse mundo para aprender e que quando chegar o nosso momento, simplesmente deixaremos a vida, como uma escola. Fica uma certa saudade, lembranças gostosas, mas nosso tempo passou. É hora de seguir novos passos. E Peter O'Fallon consegue construir bem esse clima de leveza ao falar de temas tão profundos.
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O filme mostra todos esses aspectos espirituais de forma muito natural e sem precisar exibí-los, o que torna o roteiro ainda mais inteligente e conduz o espectador a uma reflexão sobre a vida no além.

A trilha sonora, no entanto, tem momentos sublimes e outros extremamente over. Há muita marcação em momentos em que o filme quer nos passar tensão sobre "o que aconteceu com Bob?" Apesar da boa construção do significado de Mozart para os dois, sendo uma bela cena a da pintura da cerca, começa a ficar demais. Cansa tantos acordes clássicos a cada cena de passagem. Já a química entre a experiente atriz Vanessa Redgrave e o, na época, jovem ator Trevor Morgan funciona muito bem. É possível crer naquela amizade improvável.

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Quando os Anjos Falam é daqueles filmes feitos para emocionar. Com um tema delicado, consegue nos conduzir com leveza em uma história de amizade profunda que se identifica pela dor e esperança de algo além desse mundo que nossos cinco sentidos são capazes de ver. 

Infelizmente, esse filme não teve a repercussão que deveria, mas é sem dúvida uma ótima opção para se assistir com toda a família. Mesmo para aqueles que, porventura, não crêem na vida após a morte e na comunicabilidade entre encarnados e desencarnados vai ser muito difícil não se deixar encantar e se emocionar com este filme...
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